Sob o atual governo, indústria terá déficit na balança comercial de US$ 125 bi em 22,
Sob o atual governo, indústria terá déficit na balança comercial de US$ 125 bi em 22,
14 Nov
Sob o atual governo, indústria terá déficit na balança comercial de US$ 125 bi em 22,
Fruto da desindustrialização no país, a indústria brasileira terá déficit na balança comercial de US$ 125 bi em 2022, o maior da história, segundo projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Os cálculos da AEB têm como base o desempenho de janeiro a outubro deste ano da balança comercial da manufatura. Nos dez meses deste ano, o saldo da balança comercial encolheu 11,7%, para US$ 51,6 bilhões, em comparação com o mesmo período de 2021.
A entidade prevê um avanço desta queda para 11,9% no saldo comercial, para US$ 54,1 bilhões.Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, apontam que enquanto as exportações nacionais cresceram 19,1% em valores, no período de janeiro a outubro deste ano em comparação ao mesmo período de 2021, somando US$ 281 bilhões, mas a quantidade de produtos exportados (quantidade física) cresceu apenas 4,4%.
AO ressalta que “o detalhe é que, no ano passado, a conta da balança comercial de manufaturados teve um déficit grande, de US$ 111 bilhões”, disse ao destacar que as exportações brasileiras estão sendo sustentadas pelas commodities. “
Devido à alta dos preços das commodities, após a pandemia, o país tem exportado preços, porque a quantidade de produtos praticamente não aumentou”.Em 2000, os produtos manufaturados chegaram a representar 59% das exportações nacionais.
No ano passado, aponta , esse percentual respondeu por apenas 28%.“E tudo isso é desemprego, ou seja, pensando em comércio exterior, o país atravessa uma clara desindustrialização e, para reindustrializar o país, é preciso mudar a estrutura de custos interna, a fim de atrair novamente investimentos de empresas de produtos manufaturados no país”, explica o especialista, ao afirmar que “para o país mudar o comércio internacional, será preciso recuperar a competitividade da indústria”.“E, para isso, é preciso reduzir o custo Brasil”.
“Não tenho nada contra o país exportar commodities, que têm a China como principal destino”, sustentou.
COM “a perda de competitividade da indústria brasileira deve-se a anos de baixo investimento em atualização tecnológica do parque industrial.
As máquinas e equipamentos da indústria brasileira estão velhos e tecnologicamente obsoletos”, comentou o economista neste domingo (13), em sua rede social, referindo-se aos dados apresentados pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)lembra que “a produtividade da indústria está estagnada há anos por falta de investimento em equipamento de capital.
A produtividade não cai do céu, não é um atributo mas resultado do aumento do estoque de capital físico por trabalhador”,
pontuando que “a baixa ou nula acumulação de capital na indústria brasileira é decorrência de (i) vinte anos de câmbio sobrevalorizado e (ii) da estagnação da produção física e das vendas da indústria de transformação.
As empresas industriais não investem porque o mercado interno não cresce.
E porque não tem acesso aos mercados internacionais devido ao câmbio sobrevalorizado, o qual também estimula a substituição de produção interna por importações”
.O professor da UNB também afirmou que “a solução liberal para o problema – reduzir as tarifas de importação – só vai contribuir para acabar com o que resta da indústria nacional”. “Nas condições atuais a indústria brasileira não tem como aguentar uma nova onda de abertura comercial.
O diagnóstico liberal é de uma tolice inacreditável, pois a competitividade não resulta automaticamente de mais pressão competitiva, mas do investimento em novas máquinas e equipamentos.
É preciso criar as condições macroeconômicas para as empresas industriais voltarem a investir. O que significa juros baixos, câmbio competitivo e o retorno do crescimento da economia.
O custo do capital precisa ser drasticamente reduzido. Para isso, o BNDES deve retornar ao seu papel histórico de financiador de projetos de investimento a juros competitivos a nível internacional”, defendeu o economista.Além das questões apontadas pelo economista, cabe ressaltar que a entrada estúpida do “investimento direto estrangeiro” (IDE) no país nestes últimos anos –
estimulada pela política de juros elevados – culminou na aceleração do processo de desindustrialização no Brasil, através da compra de empresas privadas nacionais e estatais pelo capital externo, que busca obter o máximo do lucro aqui para remetê-lo para fora.