whatsapp
23 Sep
SE PREPARA O BRASIL QUE NAO EXISTE A ILUSAO DE JUROS BAIXO TUDO VAI SUBIR DE PRECO E INFLACAO SERA INIMIGO CONSTANTE

Copom eleva taxa Selic para 6,25% ao ano e prevê novo ajuste na próxima reunião

  1. Banco Central (BC) decidiu em Brasília, na sexta reunião do ano, aumentar a , a Selic, em 1 ponto percentual, atingindo o patamar de 6,25% a.a.Foi o quinto aumento consecutivo dos juros – no início de agosto a alta também foi de 1 ponto e, nas três decisões anteriores, o BC subiu a taxa em 0,75 ponto porcentual.A decisão, unânime entre os integrantes do comitê. era aguardada pelo mercado. A expectativa maior era em relação ao comunicado do comitê do BC. Com a alta da inflação nos últimos meses, a previsão das era de que a Selic deveria subir de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano, nesta reunião. A expectativa de alta estava no Boletim Focus, pesquisa divulgada toda semana pelo BC. Para o final de 2021, o mercado prevê que a taxa fique em 8,25% ao ano.O próprio Copom, no comunicado da última da reunião em 4 de agosto, havia sinalizado que previa novo aumento de 1 p.p no encontro dos diretores do comitê neste 22 de setembro.O Copom justificou no comunicado desta quarta: “Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista. O Copom diz que vai avançar para contrair a economia para segurar a inflação,”Mais: prevê mais uma correção de +1p.p. na próxima, para 7,25% “Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude.”O Copom também sinaliza que pode mudar ritmo para garantir o cumprimento da meta de inflação.“Passos futuros dependerão de atividade, balanço de riscos e projeções para inflação. Ritmo de ajuste atual é o mais adequado para convergência de inflação à meta. Não há mudança relevante em cenário de recuperação robusta no 2º semestre”, acrescenta o comitê.

    Alta de preços e elevação da taxa de juros

    O comitê do BC menciona a pressão inflacionária como um dos motivos para a elevação da Selic: “Persistem pressões sobre alimentos, combustíveis e, especialmente, energia elétrica. Pressões refletem fatores como câmbio, preços de commodities e condições climáticas.”O comunicado explica: “Preços dos serviços cresceram a taxas mais elevadas nos últimos meses, o que era esperados. Alta nos preços industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo.”A XP projeta que o Copom elevará a taxa Selic até 8,50%, dois pontos percentuais acima do patamar considerado neutro (6,5%). “Esperamos mais duas altas de 1,0 pp, seguidas de uma alta de 0,75pp em dezembro e uma alta final de 0,5pp no início de 2022”, diz relatório da XP.O BC fez menção no texto que acompanha a decisão sobre a taxa Selic às reformas que estão tramitando no Congresso: “Questionamento sobre reformas e alterações nas contas públicas podem elevar o juro estrutural.”Com a decisão, a Selic supera o patamar verificado em agosto de 2019, quando a taxa estava em 6%. De agosto do ano passado a março deste ano, a taxa se manteve no mínimo histórico de 2% ao ano. A partir daí, o Banco Central recomeçou a elevar a Selic, numa tentativa de controlar a inflação.O aumento do juro básico da economia se reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Neste ano, a meta central é de 3,75%, mas o IPCA, a inflação oficial do País, pode ficar entre 2,25% a 5,25% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2022, a meta central é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.Em agosto, o IPCA ficou em 0,87%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E no acumulado em 12 meses chegou a 9,68%. O resultado, puxado pela disparada nos preços da gasolina e dos alimentos, foi o maior para um mês de agosto em 21 anos.

    Analistas repercutem o aumento da taxa Selic

    Martin Iglesias, professor e especialista líder em Investimentos e Alocação de Ativos do Itaú Unibanco (ITUB4), disse que “a já esperada alta de 1 pp, a Selic em 6,25% traz a perspectiva de que os produtos pós-fixados (DI) voltem a projetar juros reais positivos para os próximos 12 meses, fato não observado há algum tempo.”Iglesias complementa: “Essa situação pode indicar o início de um redirecionamento das alocações, migrando da renda variável para produtos mais conservadores de renda fixa, que é o chamado ‘efeito portfólio’. A alta da Selic não deve ter impactos relevantes nos títulos de renda fixa mais longos, pois são menos sensíveis à mudança na taxa de curto prazo.”O professor observa ainda: “Pode trazer também algum impacto no câmbio, com possível depreciação do dólar, provocada por eventual movimento de atração de investidores estrangeiros de renda fixa para o mercado brasileiro. Porém, é importante notar que a variação cambial também é influenciada por outros fatores como o cenário global, aumento de juros em outros países, além de preocupações ligadas à situação fiscal do Brasil.”Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, analisa: “A alta da Selic influencia no mercado de renda fixa porque ela fica mais interessante. Os pós-fixados imediatamente começam a render mais com a alta da Selic. Já para o prefixado e prefixado atrelado ao IPCA acredito que não vai mudar muita coisa, pois essa alta de juros já foi precificada anteriormente.”O investidor já deveria ter se antecipado, diz Jansen, já que o mercado “está dando há um tempo algumas boas oportunidades no prefixado com taxas elevadas. Fundos imobiliários e ações tendem a performar pior. Obviamente com os juros subindo, o investidor acaba sendo atraído a trocar a renda variável por uma renda fixa com uma taxa muito melhor do que estava em janeiro, por exemplo.

    Cenário afetado pela economia chinesa e risco da crise hídrica

    João Beck, economista e sócio da BRA Investimentos, falou sobre o ajuste do Copom e a reação do BC à inflação: “Temos dois destaques bem importantes no comunicado. Primeiro, o reconhecimento do Banco Central de que achou a nova velocidade de aperto, ou seja, de aumento da taxa de juros. Esse aumento de 1 ponto percentual é a velocidade adequada para todo balanço de risco atual.”O BC agora entende, segundo o economista da BRA, “que essa velocidade é a nova velocidade de cruzeiro das altas subsequentes e já sinaliza alta de mais um ponto para reuniões seguintes. Isso é interessante porque o mercado imaginava que essa aceleração seria de 1,25% e o Banco Central afirmou que continua sendo de 1%.”Beck notou que a crise impulsionada pela possibilidade de calote da incorporadora Evergrande, o que pode afetar as exportações do Brasil, foi lembrada pelo Copom:  “O Banco Central não faz nenhuma citação direta ao que está ocorrendo na China. Mas cita que no balanço de risco está considerando uma desaceleração das economias asiáticas por causa da variante Delta. Em outro momento, considera uma redução do preço das commodities como fator favorável para a inflação brasileira.”Ele pondera: “No curto prazo, a alta de juros de 1 ponto percentual não agita tanto o mercado, pois já é um aumento projetado e também sinalizado no comunicado da penúltima reunião. O tipo de risco que ainda não está resolvido no Brasil é o hidrológico. Isso ainda é uma incógnita. O volume de chuvas daqui para frente vai determinar se teremos mais inflação e combinada com eventual racionamento e desaceleração da economia por conta desse risco.”Fernanda Consorte economista chefe do Banco Ourinvest, lembra que o comunicado do BC adotou o mesmo tom mais firme do texto que acompanhou a decisão de agosto: “Deixa claro que o quadro fiscal pode ser um empecilho para a inflação futura. E acrescentou que a alta de preços pode vir do cenário externo. por causa da recuperação pós-pandemia.”Davi Lelis espécialista da Valor Investimentos, diz que a decisão veio em linha com o que o mercado esperava como política para conter a inflação: “Mas vale fica de olho na próxima ata do Copom, na semana seguinte. O documento pode indicar a temperatura das próximas reuniões. Se vai continuar fazendo aumentos contínuos e sucessivos em 1 p.p ou se vai haver um aperto monetário mais agressivo, de 1.25 pp. ou até de 1.5 pp. O Copom pode tentar buscar nas próximas reuniões uma Selic acima das taxas de inflação.”

    Comunicado do Copom na íntegra

    Veja o comunicado de hoje na íntegra:Em sua 241ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 6,25% a.a.A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:No cenário externo observam-se dois fatores adicionais de risco para o crescimento das economias emergentes. Primeiro, reduções nas projeções de crescimento das economias asiáticas, refletindo a evolução da variante Delta da Covid-19. Segundo, o aperto das condições monetárias em diversas economias emergentes, em reação a surpresas inflacionárias recentes. No entanto, os estímulos monetários de longa duração e a reabertura das principais economias ainda sustentam um ambiente favorável para países emergentes. O Comitê mantém a avaliação de que questionamentos dos mercados a respeito dos riscos inflacionários nas economias avançadas podem tornar o ambiente desafiador para países emergentes;Em relação à atividade econômica brasileira, a divulgação do PIB do segundo trimestre, assim como os indicadores mais recentes, continua mostrando evolução positiva e não enseja mudança relevante para o cenário prospectivo, o qual contempla recuperação robusta do crescimento econômico ao longo do segundo semestre;A inflação ao consumidor segue elevada. A alta nos preços dos bens industriais – decorrente de repasses de custos, das restrições de oferta e do redirecionamento da demanda em direção a bens – ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo. Ademais, nos últimos meses os preços dos serviços cresceram a taxas mais elevadas, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada. Adicionalmente, persistem as pressões sobre componentes voláteis como alimentos, combustíveis e, especialmente, energia elétrica, que refletem fatores como câmbio, preços de commodities e condições climáticas desfavoráveis;As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação;As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 8,3%, 4,1% e 3,25%, respectivamente; eNo cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de USD/BRL 5,25*, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 8,5% para 2021, 3,7% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,25% a.a. neste ano e para 8,50% a.a. durante 2022, e reduz-se para 6,75% a.a. em 2023. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 13,7% para 2021, 4,2% para 2022 e 4,8% para 2023. Adota-se a hipótese de bandeiras tarifárias “escassez hídrica” em dezembro de 2021 e “vermelha patamar 2” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023.O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico.Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país. Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.O Copom reitera que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 6,25% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022 e, em grau menor, o de 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.O Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista.Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.*Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.TODOS ESSES FUNCIONARIOS ACIMA NAO PODERAM SEREM  DEMETIDOS PELO PRESIDENTE ,,


Comments
* The email will not be published on the website.