Example Text O silêncio do procurador-geral da República, Augusto Aras, em relação aos ataques de Jair Bolsonaro às instituições tem servido para aumentar as pressões internas contra ele e podem, inclusive, prejudicar sua recondução ao posto. Mas subprocuradores ouvidos pelo afirmam que essa postura excessivamente discreta não deve durar muito: depois da live presidencial da última quinta-feira, representações começaram a chegar ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da República, o que vai gerar provocação ou à PGR ou à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), pela qual Aras também responde.
Os subprocuradores avaliam que, quanto menos o procurador age, mais os outros Poderes se movimentam. No caso da PGE, Aras poderia decidir avaliar os pedidos, mas como o vice-procurador eleitoral, Paulo Gonet, tem autonomia, internamente se avalia que o procurador-geral deve deixar com Gonet a manifestação relativa a Bolsonaro. O vice-PGE é visto como um conservador, mas técnico e cioso das suas funções.
Com a expectativa de que, na reabertura dos trabalhos do Poder Judiciário, hoje, o presidente do STF, Luiz Fux, fará um duro discurso contra os reiterados ataques de Bolsonaro, a posição de Aras pode se tornar constrangedora. Sobretudo depois que, no mês passado, cinco integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal assinaram uma representação interna pedindo que ele abra investigação para apurar os ataques de Bolsonaro ao sistema de votação. O grupo teve apoio de mais 30 subprocuradores Assim sendo e uma vergonha para os estado soberano que morreu