Preço dos alimentos atinge valor mais alto em 10 anos,
Preço dos alimentos atinge valor mais alto em 10 anos,
10 Jan
Preço dos alimentos atinge valor mais alto em 10 anos, diz FAO
Pandemia e aumento do valor dos insumos seriam os principais fatores para subida de 28% nos preços, indica FAO
A Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) das Nações Unidas divulgou estudo neste início de ano em que revela que o preço médio dos alimentos em 2021 foi o maior dos últimos 10 anos. O que foi 28,1% superior a 2020.
O índice acompanha as mudanças mensais nos preços internacionais de commodities de cinco produtos: cereais (arroz, milho, trigo e outros), óleos vegetais (soja, canola, girassol e outros), produtos lácteos (leite em pó, queijo, manteiga), carnes (bovina, frango, suína, ovina) e açúcar.“
Embora se espere que os preços normalmente altos deem lugar ao aumento da produção, o alto custo dos insumos, a pandemia global em curso e as condições climáticas cada vez mais incertas deixam pouco espaço para otimismo sobre um retorno a condições de mercado mais estáveis, mesmo em 2022”, o economista da FAO Abdolreza Abbassian.
Os cereais tiveram o aumento mais expressivo. Devido à seca no Brasil, o preço do milho subiu 44,1% em 2021, enquanto o preço do trigo avançou 31,3%. Já os óleos vegetais ficaram até 65,8% mais caros no último ano.
O índice que acompanha os preços das carnes teve um aumento de 12,7% em 2021 na comparação com 2020.
O preço das carnes subiu cerca de 12,7% de acordo com o índice da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos / Tang Chhin Sothy
O, destaca que as flutuações nos preços dos alimentos são rotineiras e resultado de um modelo agrícola baseado no lucro e no "elevado uso de insumos, comprados dos oligopólios, alta produtividade e monocultivo, com uma economia baseada no lucro que considera alimento como commodity, em português, mercadoria."
"A variação de preços desses produtos segue o 'mercado', que é umbilicalmente vinculado ao modelo agrícola.
Embora haja fatores conjunturais influindo na variação de preços, como variações climáticas que afetam a produtividade das lavouras ou a variação da demanda de grandes importadores como China e outros países asiáticos, a variação de preços segue, estruturalmente, a especulação financeira e os ganhos dos grandes oligopólios do chamado 'Agronegócio'", diz o pesquisador ao
.A pandemia também marcou um agravamento dramático da fome no mundo.
De acordo com a ONU, 811 milhões de pessoas em todo o mundo.
Na América Latina e Caribe, a insegurança alimentar é realidade para 9,1% da população