Por que os preços dos combustíveis não param de subir e quais as perspectivas para o futuro?
Por que os preços dos combustíveis não param de subir e quais as perspectivas para o futuro?
23 Mar
Por que os preços dos combustíveis não param de subir e quais as perspectivas para o futuro?
Nos próximos meses, o preço dos combustíveis no Brasil deve seguir estrangulando a renda das famílias e pode causar impactos ainda mais significativos na inflação.
O reajuste mais recente na refinarias, aumentou os valores do diesel em 24,9%, da gasolina em 18,8% e do gás de cozinha em 16%.
Por trás dessa alta e de todas as outras registradas no ano passado estão fatores diversos, ligados à conjuntura internacional e aos caminhos políticos e econômicos tomado pelo país nos últimos anos.
quais são esses fatores e os impactos que eles exercem no orçamento da população. Política de preçosEm 2016, após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, o governo de Michel Temer definiu que a política de preços da Petrobrás passaria por mudanças.
A estatal estabeleceu então que os valores dos derivados de petróleo iriam acompanhar o mercado internacional.
A Preço de Paridade Internacional (PPI) submete o que é cobrado nas refinarias brasileiras aos valores globais do barril do petróleo, praticados em dólar. A intenção da mudança era aumentar os lucros da Petrobrás (beneficiando acionistas) e diminuir o endividamento da estatal.Para isso, a empresa deixou de controlar o preço dos combustíveis internamente.
As novas regras também previam reajustes, no mínimo, mensais. .
ICMSNo discurso do presidente Jair Bolsonaro, os grandes vilões do aumento dos combustíveis sãos os estados brasileiros a quem acusa de usarem a cobrança do ICMS para aumentar a arrecadação.Embora Bolsonaro acuse os governadores de “sanha arrecadatória”, estes decidiram congelar o tributo em novembro e, nesta semana, o congelamento foi prorrogado por mais 90 dias. Ainda assim a Petrobrás anunciou o maior reajuste em um ano nos combustíveis.
O Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que unifica a cobrança em todo o território nacional.
O texto já foi sancionado por Bolsonaro, e não terá efeito imediato.Mas será de pouco efeito: a previsão é de que o impacto na queda do preço da gasolina seja de apenas 60 centavos, e do diesel, de 30 centavos.Rússia e UcrâniaCom o preço da gasolina e do diesel atrelados diretamente às variações do dólar e do mercado internacional, as crises internacionais têm efeito quase que imediato no mercado brasileiro.
A guerra entre Rússia e Ucrânia elevou o valor do barril de petróleo.Após a invasão ao território ucraniano, União Europeia e Estados Unidos definiram sanções ao gás e ao petróleo exportados pela Rússia, segunda maior produtora do mundo. Com menos oferta no mercado, os preços subiram. Frente a todos os fatores desse cenário e ao reajuste mais recente anunciado pela Petrobrás, o mercado já prevê que o reajuste mais recente determinado pela Petrobrás terá impacto de até 0,6 ponto percentual na inflação do ano.
Atualmente, o preço médio da gasolina está acima de R$ 7 por litro em 24 dos 27 estados brasileiros. O litro do diesel custa mais de R$ 6 em 26 unidades da federação. Já o botijão de gás de 13 kg ultrapassou R$ 100 em todas as regiões