Lula propõe a Biden trabalho conjunto contra extremismo, desigualdade e mudança do clima
No Salão Oval, Lula disse que Brasil e Estados Unidos devem trabalhar para que episódios como a invasão do Capitólio e da Praça dos Três Poderes nunca mais se repitam,
Lula afirmou que combate às mudanças climáticas não é "programa de governo", mas "compromisso de fé"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontraram na Casa Branca, em Washington, nesta sexta-feira (10). Em conversa no Salão Oval, Lula afirmou que pretende recolocar o Brasil na geopolítica internacional, após
E listou três “problemas” nos quais Brasil e Estados Unidos devem trabalhar “juntos”: a defesa da democracia e o combate ao extremismo; desigualdade social e racismo; e, por fim, a questão ambiental.“Primeiro, nunca mais permitir que haja um novo capítulo , disse Lula, em alusão à invasão do Congresso dos Estados Unidos em
“E que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil, com a invasão do Congresso Nacional, do Palácio do presidente e da Suprema Corte”, afirmou o presidente, referindo-se aos episódios OCORRIDO NO 8 DE JANEIRO Na sequência, Lula citou o combate às desigualdades sociais
De acordo com o presidente brasileiro, jovens negros da periferia são “vítimas” da ausência do Estado. “A violência que existe na periferia é a ausência do Estado com políticas públicas para garantir sonhos à juventude”
.Por fim, a questão climática. Lula afirmou que nos últimos anos, a Floresta Amazônica foi invadida pela “irracionalidade política e humana”.
“Tivemos um presidente que mandava desmatar. Mandava o garimpo entrar nas áreas indígenas. Mandava garimpar nas florestas que nós demarcamos como reservas na Amazônia”, denunciou.Por outro lado, reafirmou o compromisso do Brasil na Amazônia até 2030.
Lula disse que quer transformar a região num centro de pesquisas compartilhado com o mundo. O objetivo é explorar, de maneira sustentável, a riqueza que a biodiversidade da região oferece, como forma de melhorar a vida dos seus próprios habitantes.
Governança global
Lula disse a Biden que preservar a Amazônia hoje é “cuidar do planeta Terra”. E por consequência, “é cuidar da nossa sobrevivência”. Afirmou, no entanto, que para avançar no combate às mudanças climáticas é preciso construir “uma governança mundial mais forte”.
“Se não tiver uma governança global forte, que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, não vai dar certo”, disse o líder brasileiro.
Ressaltou que o mundo não tem muito tempo, e é preciso tomar atitudes “urgentemente”.“No Brasil, nós vamos fazer o que é possível fazer.
Esteja certo que os Estados Unidos e o resto do mundo podem contar com o Brasil na luta pela democracia e na luta pela preservação ambiental. Isso não é um programa de governo. É um compromisso de fé”.
Valores
Em sua fala, Biden destacou que Brasil e Estados Unidos possuem “valores compartilhados” e os “fortes laços” entre ambos os povos. O que tornam ambos os países “parceiros naturais” para enfrentarem grandes desafios atuais, especialmente a mudança climática. Também destacou que os dois países são “as duas maiores democracias do hemisfério”.
E que Brasil e Estados Unidos “estão juntos rejeitando a violência política e defendendo os valores das nossas instituições democráticas”.Anteriormente, Lula comentou que o Brasil se “automarginalizou” nos últimos quatros anos no cenário internacional.
Disse que o seu antecessor, Jair Bolsonaro, não gostava de manter relações com nenhum país. E que o mundo dele “começava e terminava com as fake news, de manhã, de tarde e à noite”
. De maneira irônica, Biden afirmou que isso lhe soou “familiar”, fazendo alusão implícita ao ex-presidente Donald Trump.Por fim, o presidente norte-americano agradeceu Lula pelo “empenho” em fazer avançar a parceria entre os dois países. “
Este é um momento importante para os nossos países e acredito que para o mundo inteiro. Eu pessoalmente espero com otimismo poder trabalhar com o senhor. Obrigado pela sua presença”.