Inflação faz com que custo da cesta básica supere 60% do salário mínimo
Inflação faz com que custo da cesta básica supere 60% do salário mínimo
06 May
Inflação faz com que custo da cesta básica supere 60% do salário mínimo
Os preços dos produtos da cesta básica, em abril, aumentaram novamente nas 17 capitais pesquisadas pelo As altas acumuladas nos quatro primeiros meses do ano já superam ,
Em 12 meses, os preços sobem acima de 20% em 15 cidades, mais que o dobro da inflação.
Quem ganha salário mínimo comprometeu 61% da renda líquida para comprar uma cesta (há um ano gastava 54%). Em São Paulo, o gasto é ainda maior: a cesta consome 71% da renda. Sobem inclusive as tradicionais combinações do brasileiro: arroz com feijão, café com leite, pão com manteiga.Os aumentos no mês passado variaram de 1,03% (João Pessoa) a 6,42% (Campo Grande), chegando a 5,62% em São Paulo, onde a cesta é mais cara e já supera os R$ 800 (R$ 803,99). A de menor valor é a de Aracaju (R$ 551,47). De janeiro a abril, os preços subiram até 19,3% (Brasília).
Salário mínimo: R$ 6.754,33No acumulado em 12 meses, os dados do Dieese divulgados nesta sexta-feira (6) mostram alta também em todas as capitais.
As variações vão de 17,07% (João Pessoa) a 29,93% (Campo Grande).
A cesta subiu 27,09% em São Paulo, 26,67% em Curitiba, 26,26% em Brasília, 24,72% em Porto Alegre, 23,53% no Rio de Janeiro e 22,56% em Belo Horizonte.Assim, com base na cesta mais cara, o instituto calculou em R$ 6.754,33 necessário para as compras básicas de uma família de quatro pessoas.
Ou 5,57 vezes o piso oficial (R$ 1.212). A proporção continua aumentando: era de 4,85 vezes há um ano e de 5,28 em março último.
Mais tempo e menos rendaTambém cresce o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta: em abril, 124 horas e 8 minutos, quase cinco horas a mais que em março e 13 horas a mais do que em abril de 2021. Assim, o trabalhador gasta perto de dois dias a mais no mês para comprar os mesmos itens.
O comprometimento da renda, no caso de quem ganha o mínimo, subiu para os já citados 61%, ante 58,57% em março e 54,36% em abril do ano passado.Vários produtos subiram em todas as capitais em abril, segundo o Dieese. No caso do por exemplo, as altas foram de 0,5% (Vitória) a 11,34% (Brasília). “
Os altos preços internacionais e a elevada demanda externa pelo produto pressionaram as cotações no varejo”, observa o instituto.
Pão, leite, arroz, feijão, caféJá o pão francês subiu até 11,37% (Campo Grande), com aumento de 9,70% em Aracaju e 7,07% em Porto Alegre.
“Houve redução da oferta de trigo no mercado externo, por causa do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e, internamente, a valorização do dólar em relação ao real fez com que o produto importado chegasse mais caro ao país”, analisa o Dieese.
A farinha de trigo também teve altas expressivas: destaque, entre outras capitais, para Belo Horizonte (11,08%), Porto Alegre (10,07%) e Brasília (9,54%).O preço do leite integral subiu principalmente nas cidades da região Sul: Florianópolis (15,57%), Curitiba (14,15%) e Porto Alegre (13,46%).
A manteiga também aumentou em todas as capitais.A batata, cujos preços são coletados na região Centro-Sul, chegou a subir 39,10% em abril (Campo Grande). E o valor médio da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e no Nordeste, só não teve alta em João Pessoa.
O prato básico, arroz com feijão, também ficou mais caro.
O arroz tipo agulhinha aumentou em 16 das 17 capitais – a exceção foi Campo Grande. “Mesmo com o avanço da colheita em abril e a oferta maior, os preços no varejo seguiram a tendência de valorização da cotação internacional do grão”, diz o Dieese. E o feijão teve alta em 15 cidades.
O do tipo carioquinha subiu em todas e o carioca caiu de preço em Vitória e Florianópolis. “A menor oferta do grão carioquinha é um dos motivos da alta no varejo.”