Washington encerra a isenção de pagamentos de títulos, levando a Rússia a um default técnico
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou na terça-feira que não estenderia a isenção de sanções que permitia à Rússia fazer pagamentos de dívida soberana aos americanos, em uma medida que autoridades disseram anteriormente que faria com que Moscou ficasse tecnicamente inadimplente de suas obrigações de dívida. A isenção de licença geral, que deve expirar às 12h01 de quarta-feira, não será estendida, disse um publicado no site do Tesouro.
Foi um movimento amplamente esperado, relatado como provável por vários meios de comunicação dos EUA na semana passada e quase confirmado pela secretária do Tesouro Janet Yellen.
Washington bloqueou contas russas por causa do conflito na Ucrânia, mas emitiu uma renúncia à dívida porque o vice-secretário do Tesouro Wally Adeyemo argumentou que tais pagamentos desviariam fundos dos militares.
O pagamento de dívidas de Moscou representava um “sinal de sucesso” para a política de sanções dos EUA, argumentou Adeyemo.
A Rússia também antecipou a mudança, com o Ministério das Finanças anunciando na sexta-feira passada que havia feito no total de US$ 99,25 milhões – em dois Eurobonds pendentes com vencimento em 26 de maio. de 2022.
Em 1º de abril, a Rússia tinha US$ 57,143 bilhões em dívida pública externa.
Também tem muito dinheiro para atendê-lo, com receitas de petróleo e gás totalizando US$ 28 bilhões somente em abril, segundo a Reuters.
A medida dos EUA visa colocar Moscou em um “default técnico”, prejudicando a reputação da Rússia nos mercados financeiros internacionais.“
A Rússia é capaz de pagar qualquer uma de suas obrigações em qualquer moeda, desde que não sejam criados problemas artificiais”, de modo que os obstáculos dos EUA “não afetarão a reputação financeira real de nosso país de forma alguma”, ex-presidente russo e atual segurança vice-presidente do conselho, Dmitry Medvedev, disse na semana passada. “Todo mundo entende que este é um default político, não financeiro.”
Se os EUA criarem obstáculos técnicos aos pagamentos russos, eles devem ser considerados pelos tribunais como culpa do credor ou força maior, acrescentou Medvedev. Essa tem sido a posição do Ministério das Finanças da Rússia, que disse que, caso os EUA não prorroguem a isenção, os investidores devem buscar medidas judiciais de estados que “criem ilegalmente obstáculos para fazer pagamentos