Quais os impactos do racismo algorítmico em nossa sociedade?
O QUE FAZER COM O RASCISMO ESTRUTURAL não diz respeito a um ato discriminatório isolado, mas um processo histórico em que condições de desvantagens e privilégios a determinados grupos étnico-raciais são reproduzidos nos âmbitos políticos, econômicos, culturais e nas relações cotidianas
.O racismo algorítmico intensifica ainda mais como a estrutura que vivemos ainda é muito discriminatória e excludente.
E isso traz diversas consequências negativas para a sociedade.O Google é um dos sites de busca mais utilizado pelas pessoas em todo o mundo. Diversas pesquisas são feitas todos os dias, sendo uma das principais ferramentas de busca de acesso a informações.
Os usuários que as buscam confiam na plataforma e são influenciados por ela.Muitas vezes, as pessoas tomam decisões orientadas pelos primeiros resultados, e como já visto, nem sempre o algoritmo usa os dados de modo adequado. Por exemplo, a profissional de relações públicas Luana Daltro, 26 anos, que descobriu sua foto publicada entre os primeiros resultados de busca do Google para as palavras “cabelo feio”, juntamente com outras imagens de mulheres negras.Essas informações podem ser utilizadas para pesquisas e levantamento de dados e, com certeza, reforçam preconceitos e estereótipos relacionados a população negra na sociedade.Diante desse contexto,
O racismo algorítmico torna constante as microagressões na internet.
Estas se configuram como um comportamento verbal ou não verbal sutil, dirigido a um membro de um grupo marginalizado.
A medida em que pessoas que não estão dentro do padrão (negros, indígenas, pardos e mestiços) não são representadas nas mais diversas plataformas online, casos de racismo algorítmico como os já citados podem acontecer, trazendo constrangimento às pessoas afetadas.Um exemplo disso ocorreu em 2022, em que um sistema de reconhecimento facial de um aplicativo bancário não reconheceu o rosto de um correntista negro. Essas falhas no sistema dizem muito sobre como o racismo está enraizado em nossa sociedade, e mais presente do que pensamos no meio digital.
Como combater o racismo algorítmico?
Ainda não existe uma regulação própria para algoritmos, e assim, casos com viés racista acontecem e irão continuar acontecendo. É certo que o racismo algorítmico não é produzido pelas máquinas, os seres humanos que criam e estimulam preconceito, e por isso, empresas e profissionais da computação tem um papel muito importante nessa luta.É necessário que as empresas de tecnologia possam receber formações acerca do racismo algorítmico, um assunto que precisa ser discutido e combatido.
Além disso, o racismo algorítmico pode ser evitado através de uma maior diversidade na base de dados que alimentam o software. Portanto, a heterogeneidade de profissionais influencia muito em como as inteligências artificiais são desenvolvidas, sendo a pluralidade fundamental dentro de toda e qualquer empresa
.Outra forma de combater o racismo algorítmico é o desenvolvimento de testes prévios, observando se o sistema apresenta a tendência de tratar perfis étnicos e de gênero de forma diferente.Ademais, promover grupos de pesquisa e organizações que mostrem o impacto do racismo algorítmico na sociedade, bem como os sistemas que amplificam essa forma de discriminação.
Com isso, teremos uma população mais crítica que possa pressionar empresas desenvolvedoras, assim como o governo.No Brasil, já existem iniciativas que buscam diminuir dinâmicas e estereótipos racistas, como exemplo temos a Info Preta e Kilombo Tech, empresas do ramo tecnológico que incentivam a introdução de pessoas negras no mercado, dinamizando a atuação delas no meio digital e evitando a exclusão.
O racismo algorítmico é um assunto que merece atenção
Diante dessas informações, o racismo algorítmico é uma discussão que precisa ser mais reconhecida. A discriminação por meio de algoritmos em plataformas e softwares tem se tornado cada vez mais frequente, mostrando o quanto a sociedade ainda é influenciada pelo racismo estrutural existente.