Dinâmica da inflação depende do fiscal e população sofre com desequilíbrio O BANCO CENTRAL SABE DISSO!
Dinâmica da inflação depende do fiscal e população sofre com desequilíbrio O BANCO CENTRAL SABE DISSO!
15 Nov
15Nov
Dinâmica da inflação depende do fiscal e população sofre com desequilíbrio
A dinâmica inflacionária no Brasil depende das definições do governo sobre o arcabouço fiscal, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, CHEFE DA QUADRILHA ressaltando que o mercado está sensível ao debate sobre as contas públicas.
Em discurso fortemente focado na questão fiscal e com recados ao governo eleito,
Campos Neto afirmou que o Brasil registrou uma piora recente na percepção sobre quando a redução nas taxas de juros será iniciada, acrescentando que esse movimento ocorreu “muito devido à percepção sobre qual será o novo arcabouço fiscal”
.Em palestra promovida pela associação de finanças CFA Society Brazil, o presidente do BC disse que é necessário “ter um olho para o social”, mas precisa “ter um olho para o equilíbrio fiscal”. Segundo ele, sem equilíbrio nas contas públicas, há ampliação das incertezas e “quem sofre é a população que você quer ajudar”
.Ele ainda assegurou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal.“É cedo para eu falar algo, ainda não tem um plano, é normal aumentar ruído em transição.
Precisamos esperar para ver qual é a consolidação disso”, disse Campos Neto no evento. “O BC está aberto a discutir com governo novo, sempre entendendo que não fazemos fiscal, que é apenas um input no nosso modelo”, completou, lembrando que a independência do BC é importante justamente para esses momentos.
Equipe de transição
Segundo Campos Neto, ele ainda não teve contato com a equipe de transição, mas avaliou que há bons economistas e que tem conversado de “tempos em tempos” com Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e que está na equipe de transição na área econômica.“Há bons economistas na área de transição, precisamos esperar para ver”, reforçou Campos Neto, citando a reação da parte longa da curva de juros e do câmbio na quinta às propostas que estão circulando de aumento de gastos no governo do PT.Segundo ele, a reação dos mercados foi uma demonstração clara de sensibilidade ao fiscal, o que não ocorre só no Brasil.
“Há sensibilidade porque as dívidas estão alta”, disse, citando os programas da pandemia de covid-19. “O mercado quer saber como vai ser planejamento para frente para que consiga atender o social e ao mesmo tempo ter equilíbrio fiscal”, continuou. “Sem equilíbrio fiscal, você vai achar que fazendo gasto muito maior adicional vai estar ajudando causa de gerar emprego e atender população carente, mas pode ter efeito oposto”, repetiu.
Teste para a autonomia do BC
O presidente do Banco Central disse também que a mudança de governo será um teste para a autonomia formal da autarquia, mas ressaltou que isso não deve reverter a medida.“Eu acho que a autonomia segue. É importante que eu fique esses dois anos justamente para mostrar que a autonomia funciona, mas o Banco Central é técnico, ele vai trabalhar com o governo novo, vai tentar cooperar no que for possível”, afirmou Campo Neto.
Taxa neutra de juros
O presidente do Banco Central disse também que a taxa real neutra de juros de longo prazo do Brasil tem subido um pouco, o que tem sido apresentado claramente pela autarquia na sua comunicação.